Cacique Doble - RS - ProCep

Na metade do século XIX, residia no “campo dos bugres”, onde se situa hoje a cidade de Caxias do Sul, uma grande população de indígenas caingangues e tupis-guaranis. Com a entrada dos imigrantes alemães, esses grupos se retiraram à procura de outras paragens pelas plagas do Rio Grande do Sul. Os indígenas acamparam provisoriamente em Colônia Caseiros, no município de Lagoa Vermelha. Não encontrando lá solo adaptável ao seu sistema de vida, as tribos foram desmembradas e parte delas aportaram no local então desabitado que hoje é chamado de Faxinal dos Índios.
Já no início do século XX, iniciou-se o desbravamento das férteis terras da margem direita do Arroio Carazinho, de propriedade da família Bueno, onde passavam os tropeiros que iam em busca de víveres no estado de Santa Catarina. Durante a viagem, um desses tropeiros, João Mariano Pimentel, acampou perto do local onde hoje está situada a cidade de Cacique Doble. Em sua companhia, conta-se que vinham duas filhas, que foram raptadas por índios. Faustino Ferreira Doble, respeitado na tribo como cacique, soube do rapto e de imediato organizou uma patrulha indígena para o resgate das jovens, que, depois de vários dias de intensa busca, foram encontradas nas costas do Rio das Antas, no município de Antônio Prado. O nome Cacique Doble, assim, foi dado ao local em homenagem a Faustino Ferreira Doble, pela sua demonstração de coragem.